Mais tempero na luta contra os bancos

Sobram motivos para bancários de todo o país realizarem a maior greve dos últimos anos, com o apoio da população. O custo de vida tem elevado. A inflação entre setembro de 2014 e agosto de 2015 fechou em 9,88%. Em meio a esse cenário, o setor mais rico da economia, que no primeiro semestre viu os lucros crescerem 27,3% e chegar a R$ 36,3 bilhões, oferece um reajuste salarial de 5,5% para a categoria. O índice impõe perda de 4%.
 
Os números acima deixam muita gente abismada. No entanto, o que vem a seguir é para deixar todos os trabalhadores brasileiros, que suam a camisa diariamente para ganhar um salário rebaixado, ainda mais indignado. Como O Bancário já noticiou, os bancos devem elevar a remuneração fixa dos executivos em até 81%. Com o aumento generoso, um diretor pode ganhar mais de R$ 1 milhão em um único mês, entre salário e alguns benefícios.
 
Um funcionário de caixa com piso da categoria, de R$ 2.426,76, teria de trabalhar mais de 30 anos para ganhar o que um executivo de banco recebe em um mês. Uma disparidade vergonhosa, sobretudo com os problemas que a economia passa. 
 
Aliás, as organizações financeiras se aproveitam do agravamento da crise mundial para aumentar os juros e tarifas cobrados aos clientes. Só com prestação de serviços foram arrecadados R$ 56 bilhões no último ano.