As contradições do sistema tributário

Enquanto os brasileiros já pagaram R$ 700 bilhões em impostos só em 2016, os grandes bancos e multinacionais em funcionamento no país fogem da tributação ao garantir investimentos em paraísos fiscais. 
 
Segundo a Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), o Brasil é o quinto país que mais enviou grana para os sistemas financeiros offshore, US$ 23 bilhões entre 2010 e 2014. Ficou atrás apenas de Hong Kong (US$ 148 bilhões), Estados Unidos (US$ 93 bilhões), Rússia (US$ 77 bilhões) e China (US$ 45 bilhões). 
 
Os números mostram a necessidade urgente de mais fiscalização para coibir a prática de evasão de divisas das grandes empresas, que retira parte da arrecadação do governo, importante para o desenvolvimento de programas sociais e da própria economia.
 
Para se ter ideia dos estragos, uma amostra de multinacionais de 26 países registrou mais lucros em Bermudas (US$ 43,7 bilhões), que possui facilidades fiscais de tributação, do que no Brasil (US$ 31,6 bilhões) em 2014.
 
Revisão da carga
Além do aumento na fiscalização das empresas quanto à sonegação de impostos, o país precisa evoluir também nas altas taxas já cobradas. Segundo o Tesouro Naiconal, a carga tributária atingiu 32,71% do PIB brasileiro em 2015, ante 2,43% em 2014. No final do ano passado, a população bateu a marca recorde de R$ 2 trilhões pagos somente em impostos. É muito pesado.