Temer quer elevar idade para se aposentar

No Brasil de Temer, a vida dos cidadãos tem mudado, para pior. Depois da proposta que congela por 20 anos os investimentos na saúde e educação, o governo ataca a aposentadoria. A reforma da Previdência, publicada nesta terça-feira (06/12) no Diário Oficial da União, quer que o trabalhador contribua por 49 anos para ter direito a receber 100% da aposentadoria.
 
A idade mínima para ter o tão sonhado descanso aumenta para 65 anos para todos, ou seja, homens e mulheres. A medida prevê ainda tempo mínimo de contribuição por 25 anos. Atualmente, são necessários 15 anos.
 
O trabalhador rural terá as mesmas regras. O governo também propõe mudanças nas pensões por morte, com taxa de reposição de 50% para o beneficiário e adicional de 10% para cada dependente, até que seja atingida a maioridade.
 
Assim como a PEC 55, Michel Temer, que se aposentou precocemente aos 55 anos de idade e ganha mais de R$ 30 mil, atribui o caos do país à Previdência e tenta vender a reforma como solução para crise. Pura enganação.
 
O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, faz o alerta. "A medida prejudica, principalmente, os mais pobres, que começam a trabalhar muito cedo, e as mulheres, que além de exercerem a dupla ou tripla jornada terão que contribuir ainda mais".
 
Só o povo paga
Se alguém ainda tinha dúvidas de que Michel Temer está aí para atender aos interesses do grande capital e das elites, agora não deve ter mais. Desde o golpe midiático-jurídico-parlamentar, proposta são enviadas ou colocadas em prática, por meio de medida provisória, "na tora", sem diálogo com a sociedade.
 
A PEC 287 - da reforma da Previdência - é apenas um entre tantos exemplos. Tem ainda o projeto da terceirização, a proposta que congela os investimentos sociais por 20 anos, a MP que suspendeu milhares de auxílio-doença e o desmonte das empresas públicas. 
 
Para terminar de aniquilar com o trabalhador, em breve, chega ainda ao Congresso Nacional a reforma Trabalhista, que acaba com as garantias da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e diversos outros direitos. Enquanto isso, nada se faz para que o andar de cima pague a conta.
 
Um dado da ANFIP (Associação Nacional dos auditores Fiscais da Receita Federal) mostra. Somente com a DRU (Desvinculação de Receitas da União), as desonerações fiscais e a sonegação deixaram de ser repassados a Seguridade Social R$ 1,4 trilhão.
 
O presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos, que também é professor de Direito Previdenciário, destaca que "a Previdência Social realiza a maior distribuição de renda no país. Antes de atacá-la, o governo deveria enfrentar o gargalo da dívida pública que transfere a bancos quase a metade do orçamento da União, fruto de uma taxa de juros absurda".