Entenda tudo da reforma da Previdência

A proposta do governo de Michel Temer para a reforma da Previdência é muito mais canalha do que se imagina numa primeira análise. Passado o calor do momento e de cabeça fria, é fácil compreender o porquê. Basta comparar as duas regras atuais, que, diga-se de passagem, já não são maravilhas.
 
Atualmente, existem duas possibilidades. A primeira é por tempo de contribuição ao INSS. Neste caso, homens e mulheres podem se aposentar com qualquer idade, desde que tenham contribuído por 35 anos (eles) e 30 anos (elas).
 
Há ainda a possibilidade de se aposentar por idade. Os homens com 65 anos e as mulheres com 60 anos, desde que tenham, pelo menos, 15 anos de contribuição. Mas, na proposta de Temer tudo isso acaba e todos entram na mesma vala. Seja homem, mulher, trabalhador urbano ou rural. Como se todos enfrentassem as mesmas condições.
 
Para ter direito à aposentadoria, a PEC 248 prevê contribuição mínima de 25 anos e também ao menos 65 anos de idade. Ter um ou outro não vale. É preciso os dois. Não é só isso. A proposta de Temer estabelece cotas para que o trabalhador receba o benefício integral.
 
Traduzindo, mesmo que contribua por 25 anos, o cidadão não terá aposentadoria cheia. Para exemplificar, se um trabalhador contribuir, em média, com R$ 2 mil, terá  aos 65 anos de idade direito a uma aposentadoria de R$ 1.520,00. 
 
Caso queira receber o valor cheio terá de continuar no mercado formal ou então começar a trabalhar aos 16 anos. Por isso que, na prática, na reforma de Temer será preciso trabalhar por 49 anos para ter a aposentadoria integral.