Reforma trabalhista não deve ter urgência

É uníssono entre as centrais sindicais. A reforma trabalhista desrespeitosa do governo Temer não tem qualquer urgência dentro do cenário nacional. Aumentar a oferta de empregos, alavancar o consumo e respeitar os direitos de todos são prioridades muitos mais urgentes para desenvolver o país.
 
Para deixar claro a posição das centrais, os presidentes da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CUT, UGT, Força Sindical, CSB e Nova Central enviaram uma carta a Michel Temer para que não haja urgência na tramitação especialmente do PL 6787/2016, que permite que o trabalho temporário seja estendido para oito meses, entre outros cortes. 
 
Na carta, os movimentos pedem amplo e democrático diálogo e debate acerca dos projetos de lei. Temer precisa entender o que é a democracia. Carta na íntegra abaixo:
 
Senhor Presidente,
 
O governo de Vossa Excelência enviou ao Congresso Nacional um pacote de propostas de reforma da legislação trabalhista (PL 6787/2016), versando sobre temas que refletem consideravelmente nas condições de vida e trabalho de milhões de trabalhadores brasileiros, na negociação coletiva, na economia e nas alternativas de desenvolvimento nacional.
 
Dada a relevância do tema, consideramos fundamental estabelecer com os trabalhadores e seu movimento, com o conjunto da sociedade, com o governo e o Congresso Nacional, um amplo e democrático processo de debate e negociação acerca desse projeto de lei.
 
Assim sendo, as centrais sindicais que subscrevem a presente, vem, em uníssono, demandar de Vossa Excelência que a tramitação do PL 6787/2016 nas duas casas do Parlamento seja pela via regular, normal, evitando-se o açodamento da urgência prevista no parágrafo 1º do artigo 64 da Constituição Federal, possibilitando, assim, a devida participação sindical e da sociedade num tema sensível e central ao mundo do trabalho.
 
Sendo o que temos para o momento, enviamos nossas cordiais saudações.
 
Atenciosamente,
 
Adilson Araújo (CTB)
Vagner Freitas (CUT)
Ricardo Patah (UGT)
Paulinho da Força (Força Sindical)
Antonio Neto (CSB)
José Calixto Ramos (Nova Central)