Dirigente do MTST é preso por negociar

O Estado de exceção parece estar cada vez mais próximo do Brasil. Nesta terça-feira (17/01), o coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos, ficou dez horas preso após tentar negociar em favor dos trabalhadores sobre uma reintegração de posse feita pela Polícia Militar de São Paulo que desalojou 700 famílias, cerca de três mil pessoas, a maioria idosos e crianças, em uma área abandonada há mais de 40 anos. 
 
A justificativa da PM do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é de que houve desacato, obstrução da via, obstrução da justiça e incitação de violência. Na verdade, o teor político da detenção marca mais um ataque ao livre direito de manifestação e uma busca pela criminalização dos movimentos sociais. 
 
Boulos, que tentava mediar o conflito, ironizou. “Alegaram incitação à violência. Despejam 700 famílias com violência e eu que incito a violência”. Absurdo.