Sindicato é contra trabalho sábado

A situação dos bancários que já é ruim, com muita sobrecarga, pode piorar. O projeto de lei do senador baiano Roberto Muniz (PP/BA) quer que as agências abram aos sábados. A iniciativa fere a legislação federal e a Convenção Coletiva de Trabalho.

O PLS 203/2017 apresentado na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) vai passar pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais) e CTFC (Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor) em caráter terminativo, ou seja, sem a necessidade da aprovação no plenário do Senado. Depois, segue para a Câmara Federal. 

A categoria está indignada. O PLS não teve debate público e, mesmo assim, quer passar por cima de conquistas históricas como o descanso semanal remunerado do sábado e a jornada de seis horas. O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, destaca que as empresas precisam contratar e não penalizar ainda mais o funcionário. 

“O Sindicato sempre defendeu que os bancos ampliem o tempo de atendimento aos clientes, desde que haja duas equipes diariamente contratadas. Mas, as empresas se recusam e, ao invés de elevar os postos de trabalho, demitem. O país não vai se desenvolver aniquilando direitos trabalhistas”.

O entendimento é de que se há, por parte do senador, interesse em melhorar a vida do consumidor, deveria propor projetos que combatam os altos juros praticados pelos bancos, e não tirando direitos históricos dos bancários. Trabalhar aos sábados pode significar mais pressão, mais sobrecarga e mais adoecimento.