Santander discrimina trabalhador negro

Na semana em que o país celebra o Dia da Consciência Negra, dado de um grande banco, que lucra bilhões com o dinheiro do brasileiro, mostra discriminação racial na hora de contratar. Para o Santander, a cor da pele  pode definir quem entra na empresa. 

O Censo da Diversidade Bancária confirma. Apenas 19,6% do quadro de profissionais do banco espanhol é composto por negros. Se ingressar na organização financeira é difícil, ascender profissionalmente é pior ainda. 

A pesquisa revela que os brancos ocupam 94% dos cargos de diretoria. É lamentável que mesmo com as reivindicações dos sindicatos, poucos trabalhadores negros ocupem cargos de atendimento ao público, como o de caixa, e menos ainda os mais altos, como gerência.

O levantamento aponta ainda discriminação de gênero. Os homens ocupam 83,4% dos cargos do alto escalão. O índice comprova que o preconceito, mesmo após quase 130 da abolição da escravidão, ainda é uma dura realidade para os negros. A mulher sente ainda mais. A discriminação é dupla.

Não é a primeira vez que o Santander tem o nome atrelado a ato de preconceito. Recentemente, a empresa cancelou uma exposição por pressão do MBL - movimento ultraconservador com ideais fascistas envolvido em diversos casos de incitação à violência. A mostra tinha obras de nomes renomados como Di Cavalcanti, Lygia Clark e Alfredo Volpi. O cancelamento foi considerado por artistas "uma guinada à Idade Média".