Selic cai, mas taxas de juros ainda pesam

Pela 11ª vez consecutiva, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros da economia - a Selic - para 6,75% ao ano. No entanto, o spread bancário, diferença entre o preço que o banco paga pelo dinheiro e o que cobra dos clientes, segue algo, alcançando 32 pontos percentuais. Nesse jogo, o brasileiro sofre com os juros altos enquanto as empresas seguem com lucros altíssimos. 

O que poderia ser um ponto positivo, não passa de ilusão, pois quem precisa fazer empréstimos ou fazer compras a prazo, em meio ao alto preço dos produtos básicos, continua fazendo mágica para sobreviver com um salário enxuto. 

Entre os bancos, a competição não existe, um dos motivos para não repassarem para os clientes, os cortes da taxa básica. Para se ter ideia, os quatro maiores - Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Itaú - detém 73% do total de ativos do sistema financeira e 80% do crédito concedido. Excluindo as estatais, o Santander entra no ranking.

Em suma, as empresas não baixam os juros e os lucros crescem absurdamente. No ano passado, Itaú lucrou R$ 24,9 bilhões, Bradesco, R$ 19,1 bilhões, e o Santander, R$ 9,9 bilhões. E com a agenda neoliberal do governo Temer, as coisas podem piorar.