Reforma tributária: o Brasil precisa para já

O Brasil é o país da distorção. Enquanto a crise econômica e política fazia o PIB (Produto Interno Bruto) cair nos últimos anos, junto com a renda dos trabalhadores (3,3%), a dos brasileiros mais ricos cresceu 7,5%. 

A apuração do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) foi feita com dados da Receita Federal que usa como base os anos de 2013 a 2016. De acordo com o relatório, os rendimentos tributáveis do trabalhador, a exemplo do salário, caíram 5%. Já, as aplicações e dividendos dos super-ricos, isentos de tributação, cresceram.

Os trabalhadores têm alíquotas de imposto de renda de até 27,5% descontadas dos salários. Já os super-ricos, aqueles que ganham acima de 160 salários mínimos por mês, e não têm a contribuição descontada do salário, pagam em média 6,1% da renda de IR. 

O relatório comprova a forte concentração de renda do Brasil, resultado sistema tributário que protege apenas os ricos e é extremamente perverso com os trabalhadores. Desigualdade acentuada com o governo de Michel Temer, que corta investimento em áreas fundamentais de combate à pobreza, impõe uma política de retirada de direitos e um ajuste fiscal que reduz a renda e o poder de compra.