Bancos cortam 2.226 vagas no 1º trimestre

Não dá para entender. O setor bancário é o mais lucrativo do país. No ano passado obteve lucro líquido de R$ 77 bilhões. Mesmo assim, não contribui com a economia nacional. Pelo contrário. Ajuda a elevar a taxa de desempregados. No primeiro trimestre, foram fechados 2.226 postos de trabalho, 1.836 somente em março.

A Caixa é o banco com maior número de cortes no período, 1.268. Apenas no mês passado, foram eliminados 1.255 empregos. Resultado da política de desmonte imposta pelo governo Temer. 

A Bahia é o quarto da lista que mais eliminou vagas, 161, de acordo com a pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Na primeira posição aparece São Paulo (-161), seguido por Rio de Janeiro (-411) e Paraná (-294). Importante destacar que, no ano passado, os bancos fecharam 14 mil postos de trabalho. 

Os dados mostram que as contratações se concentram na faixa etária até 29 anos, com a criação de 2.368 empregos. Todas as outras faixas acima dos 30 anos apresentaram saldo negativo, mostra o levantamento. 

Com os cortes, a sobrecarga e a pressão nas agências crescem e muitos bancários terminam doentes. Em 2013 (dado mais recente do INSS), mais de 18 mil funcionários foram afastados, sendo 52,7% por transtornos mentais. Ou seja, de cada 10 bancários doentes, cinco são por depressão. Preocupante. 

Diferença salarial
As mulheres que trabalham para os bancos continuam com remuneração menor do que a dos homens, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). As bancárias recém contratadas têm salário médio de R$ 3.445,00, enquanto os bancários recebem R$ 4.630,00.

A diferença é verificada também na demissão. As mulheres desligadas recebiam, em média, R$ 5.718,00 e os homens, R$ 7.467,00. O preconceito fica evidente quando analisado o grau de escolaridade. Entre as bancárias, 82,5% têm curso superior. O índice cai para 76,9% entre os homens.