Privatização da Caixa é muito ruim para o país

Na mira de Michel Temer desde o golpe de 2016, a Caixa 100% pública sofre ameaças. A instituição está sendo preparada para ser privatizada e a notícia preocupa. Sem se importar com os prejuízos para a sociedade, o governo quer entregar o patrimônio nacional ao grande capital de qualquer forma. 

Para os empregados dos bancos públicos, a venda reflete de forma extremamente negativa. Entre dezembro de 2015 e abril de 2018, o Banco do Brasil e a Caixa fecharam, juntos, 693 agências. A redução no quadro de pessoal foi de 11% no período, através de programas de demissão voluntária (PDV) e outras medidas. 

Ao longo dos 157 anos, a Caixa garante diversos benefícios à população e cumpre papel social de excelência. O ataque refletirá no financiamento de habitações de baixo custo, por exemplo, aos mais carentes. Política que não é e nem será seguida pela rede privada, que só visa o lucro alto. 

Após o golpe de 2016, a mudança na política da instituição foi visível. E a população começou a sentir o peso no bolso. A taxa de juros registrada na Caixa entre 25 de maio e 1º de junho deste ano foi de 2,02% para crédito pessoal consignado. A mais alta se comparado aos outros quatro maiores bancos do país.

Com a privatização, a extinção dos programas sociais fica ainda mais próxima. O banco é responsável pela gestão do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), pelo seguro-desemprego, além de ter destaque no financiamento de programas sociais federais, como o Fies, o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, iniciativa que atende a 13 milhões de brasileiros.

Segundo economistas, a venda da Caixa pode provocar um efeito em cadeia em diferentes áreas, transformando o governo em um mero regulador das ações realizadas pelo mercado dentro de uma ótica privatista. Além de deixar o setor imobiliário brasileiro mais vulnerável às políticas de lucro da rede privada.