Desenvolvimento passa pelas empresas públicas

A importância das empresas públicas para o desenvolvimento dos países ganha cada vez mais destaque, principalmente para quem conhece a realidade mundial. Mas, no Brasil, o governo tem ido no sentido contrário. As ameaças aos bancos públicos, Petrobras e Eletrobrás são agressivas.

As estatais são  fundamentais para que projetos de desenvolvimento de um país sejam elaborados, a exemplo de experiências nos EUA, China, Inglaterra e no próprio Brasil, entre as décadas de 1930 e 1980. Segundo especialistas, as empresas públicas vão na frente, criam um ambiente de investimento e as privadas se preparam para produzir. A partir de critérios definidos, o investimento dá mais autonomia às públicas em relação aos ciclos econômicos.

Para enfraquecer toda a estrutura pública no Brasil, o projeto neoliberal colocado em prática a partir do golpe de 2016 não poupa esforços. São cortes em programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, a privatização de ativos, como no caso das Loterias instantâneas, o baixo uso do estoque de  crédito direcionado na atualidade e o desmonte promovido no BNDES, Eletrobrás e Petrobras. A intenção é entregar tudo ao grande capital.

No caso dos bancos, como BB, Caixa e BNB, o governo Temer tem feito o que pode. O desmonte é evidente no dia a dia. São centenas de agências fechadas em todo o país e milhares de postos de trabalho são fechados. O resultado é sobrecarga de trabalho para os bancários, aumento no adoecimento e clientes insatisfeitos com atendimento precarizado. Tudo para enfraquecer as empresas para privatizar no final.

Só que, segundo estudo do Dieese, as estatais rendem muito aos cofres da União. O governo não pode usar este argumento porque as empresas públicas distribuíram mais de R$ 250 bilhões de dividendos nos últimos 15 anos.