Trabalhador teme greve para não perder emprego

No ano passado, o número de greves registradas caiu 25% em relação à 2016. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 2016 foram 2.093 paralisações. Em 2017, caiu para 1.566. Desde 2013, o patamar de greves se mantinha na casa dos 2 mil. Mas, após a reforma trabalhista foi registrada queda brusca. O medo de perder o emprego é um fator desestimulante. 

O cenário está favorável ao patrão, a procura está maior e as vagas cada vez mais escassas. Desse modo, o trabalhador aceita as condições que o empregador impõe em vez de avançar em busca de manter o que já foi conquistado. 

Os próprios sindicatos foram fortemente atacados e enfraquecidos, o que também é ruim na hora de negociar para garantir e obter direitos. Até na hora da demissão é o próprio patrão quem corrige os rendimentos e homologa a rescisão. Retrocesso jurássico. 

A pressão é tão grande que o trabalhador perdeu direitos e aceitou. Em 2017, uma a cada quatro greves tiveram caráter defensivo, ou seja, pela manutenção ou implementação de direitos conquistados. Quatro anos antes, apenas 20% tinham esse caráter, o que dá a entender que estavam em pauta avanços nas condições de trabalho e remuneração.