Futuro dos públicos ligado ao destino do país

Essenciais para o desenvolvimento do país, os bancos públicos não são importantes para o governo Temer, que já demonstrou não ter interesse em fazer política social. Por isso, o futuro das estatais está ligado ao destino do Brasil.

Não é difícil lembrar que os públicos sempre tiveram funções fundamentais na política do Estado brasileiro. Mas, foi durante os mandatos de Lula e Dilma, ou seja, a partir de 2003, que as empresas assumiram papeis ainda mais relevantes, como o crescimento das políticas sociais. A Caixa, por exemplo, durante muito tempo foi líder em financiamento habitacional. É a principal instituição financeira responsável pelo Minha Casa Minha Vida, programa que construiu milhões de unidades e que conseguiu reduzir o déficit habitacional do país.

Na crise financeira de 2008, ao contrário dos privados, os bancos públicos foram essenciais para resgatar a economia, atuaram de forma que o crédito continuasse crescendo aceleradamente no país. Segundo o sociólogo e cientista político, Emir Sader, a partir do governo Temer, os interesses mudaram.

Com a saída de Dilma Rousseff da presidência, através do golpe, começou uma campanha para desfazer a reputação dos bancos estatais. Sader ainda demonstra preocupação com o futuro do país. “Veja essa campanha do Bolsonaro, que repete que ‘o PT quebrou o Brasil’. Que ‘gastou tanto na Venezuela, tanto em Cuba, tanto em propaganda [com os bancos públicos, como o BNDES]’. Nós não conseguimos convencer a massa da população que foi um governo que usou muito bem esses recursos, seja para fazer a economia crescer e distribuir renda”, lamenta.