Reforma da Previdência volta a assustar o cidadão

Acabar com a aposentadoria do brasileiro é uma das prioridades do governo de Jair Bolsonaro (PSL). As conversas com a equipe de Michel Temer sobre a reforma da Previdência estão avançadas. A intenção é votar o projeto ainda neste ano.

Mas, o que é ruim, pode piorar. A proposta do presidente eleito prevê um modelo de capitalização. Na prática, o trabalhador tem de fazer uma poupança para ter direito à aposentadoria.

Quem não conseguir poupar por conta do desemprego ou trabalho informal teria direito a uma renda mínima, no entanto, menor do que o valor do salário mínimo.  

Aqueles que conseguirem fazer a "espécie de poupança" também não devem se enganar. O benefício deve ser bem minguado e exemplos mostram. O modelo proposto por Bolsonaro é baseado no regime do Chile. No vizinho da América do Sul, depois de poupar por mais de 30 anos, o cidadão recebe entre 30% e 40% do salário mínimo chileno, hoje em R$ 1.284,00.  

O modelo de capitalização, adotado na década de 1980, arruinou a vida dos trabalhadores do país. Agora, o Chile estuda uma contrarreforma para não deixar que os idosos morram a míngua. Em suma, se adotado no Brasil, apenas vai empurrar o problema para frente e o trabalhador será o único prejudicado.