Bancos privados de olho nos recursos do FGTS

Há muito tempo que os bancos privados estão de olho no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A intenção é clara. Tirar a gestão do benefício dos públicos, em especial da Caixa, para controlar os recursos.

Interessado nos depósitos judiciais, folhas de pagamento de determinadas categorias e a gestão dos recursos do FGTS, Sérgio Rial, presidente do Santander, defende que o novo governo trabalhe para a quebra de monopólios nos serviços financeiros. Fato preocupante porque a empresa espanhola se posicionou contra os brasileiros quando os temas foram reforma trabalhista e da Previdência e precarização do trabalho.

O atual governo colabora ainda mais para o aumento na cobiça do setor privado sobre o Fundo de Garantia. Exemplo disso é que, recentemente, foi suspenso por parte do banco público a Pró-Cotista para imóveis usados. Era a linha de linha de financiamento habitacional mais barata do mercado e que utiliza recursos do FGTS. Na contramão, o Santander começou a ofertar empréstimos nesta modalidade. Em 2019, o Bradesco também vai passar a operá-la.

A Caixa desenvolve políticas públicas nas áreas de habitação e saneamento com recursos do Fundo de Garantia. Prática que pode ser colocada em risco, principalmente se a instituição for privatizada. Sem a mínima preocupação com o papel do social do FGTS, os bancos privados estão interessados somente nos ativos, que já passam dos R$ 510 bilhões.