Posse de armas põe em risco vida da mulher

Os casos de violência doméstica tendem aumentar com a posse de armas, liberada pelo presidente Jair Bolsonaro. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo, com base em dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde, aponta que o número de mulheres mortas a tiros dentro de casa é quase três vezes maior do que o de homens.

Dos 46.881 homens vitimados por armas de fogo em 2017, último dado disponível no sistema, 10,6% morreram em casa. No caso delas, foram 2.796 mortes e 25% nos domicílios. Outra pesquisa da Universidade do Ceará revela que 3 em cada 10 passaram por, pelo menos, uma situação de violência doméstica na vida.

Mesmo com avanços na lei em que protege as vítimas de violência doméstica, muitas mulheres têm medo de denunciar. De acordo com o Instituto Maria da Penha, o receio já era comum, mas agora será agravado pela possível letalidade da violência, em decorrência da facilidade em ter uma arma de fogo em casa. 

Pelo decreto, a pessoa pode ter até quatro armas na residência, e não precisa apresentar justificativas para tê-las. Segundo o Mapa da Violência de 2016, o plano do desarmamento no ano de 2004 anulou a tendência de crescimento anual de 7,2% pré-existente. Diante dos dados, o Mapa também afirma que a lei do desarmamento gerou um impacto de 15,4% a menos no número de mortes por armas de fogo no país.