É preciso resistir contra a reforma da Previdência

Diante da afirmação da supervisora técnica do Dieese, Ana Georgina Dias, de que é questionável o déficit da Previdência, utilizado como argumento pelo governo para impor uma reforma que acaba com a aposentadoria de milhões de brasileiros, as forças progressistas precisam ampliar a resistência para impedir a aprovação da medida, que tem previsão de chegar ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (20/02). 

Em debate realizado pelo Sindicato dos Bancários da Bahia, nesta segunda-feira (18/02), Ana Georgina Dias detalhou a estrutura do sistema previdenciário brasileiro. Para ela, o tão falado déficit não é verdadeiro, já que as contas consideram apenas as contribuições patronais e dos trabalhadores. 

A discussão sobre a reforma não é de agora. Acontece há quase três anos e só não foi aprovada em 2018 por conta da mobilização dos movimentos sindical e social. Se o déficit propagado fosse verídico, não haveria motivo para Bolsonaro retirar R$ 606 bilhões da Previdência pública para cobrir outras rúbricas do orçamento. O valor é quase três vezes maior do que o retirado de 2010 a 2014 – R$ 230,5 bilhões. 

Se a reforma for aprovada, o governo vai privar de direitos grande parte da população. Além disso, segundo Ana Georgina Dias, 70% dos municípios quebram ou chegam perto disso. A realidade é que ninguém está disposto a mexer com o mercado financeiro e os grandes empresários. As dívidas de 118,7 mil empresas com a Previdência Social chegam a R$ 935 bilhões. Mas, é mais fácil punir o povo.

Na opinião da supervisora técnica do Dieese, a reforma da Previdência proposta por Bolsonaro "é ampla, profunda e prejudicial, além de muito mais malvada e liberal do que a de Temer. Representa uma mudança de percepção de constituição da sociedade". 

Posicionamento reforçado pelo presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos. "O que está em jogo é uma mudança de paradigma". Ele aproveitou para convidar a todos para participar da plenária que acontece nesta quarta-feira (20/02), às 9h, em frente à sede da Previdência Social, no Comércio, Salvador. A resistência é o único caminho.