Concentração de renda volta a crescer no Brasil

Para a base da pirâmide social, o arrocho só aumenta. Já para quem está no topo, só bonança. A concentração de renda no Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, aumentou em 2018, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra Domicílios Contínua). 


Segundo o levantamento, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a renda média do 1% dos trabalhadores teve avanço de 8,4%. Subiu de R$ 25.593,00 para R$ 27.744,00. Do outro lado da corda, entre os 5% mais pobres, o rendimento do trabalho reduziu 3,2%. O ganho mensal caiu de R$ 158,00 para R$ 153,00.


Sem medidas que sejam capazes de reduzir a discrepância social, os mais ricos se apropriam de uma fatia maior da renda nacional. O 1% mais rico recebe 12,2% de todos os rendimentos no país. Já em 2017, o índice era de 11,7%. Ao todo, são R$ 34,8 bilhões nas mãos de pouco mais de 2 milhões de pessoas. Diante da realidade, o Índice de Gini, que mede a concentração de renda e, quanto mais próximo de 1, pior, teve elevação de 0,538 para 0,545. É o maior patamar desde 2012. 


Um dos principais motivos para o aumento da desigualdade foi o avanço significativo da precarização do mercado de trabalho, com o aumento da informalidade. No ano passado, 35,42 milhões de pessoas estavam nesta situação. Um recorde.