Crianças: altas, mas prejudicadas pela obesidade

Estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra aumento médio de um centímetro na estatura infantil, ao mesmo tempo em que a obesidade cresceu cerca de 3%. A pesquisa, com dados entre 2001 e 2014, analisou mais de cinco milhões de crianças de 3 a 10 anos. 

Por William Oliveira

A obesidade infantil é um problema de saúde pública cada vez mais preocupante em todo o mundo, inclusive no Brasil. O crescimento acelerado da estatura entre os jovens brasileiros, embora seja positivo, pois está associado à menor probabilidade de doenças cardíacas, derrames e à maior longevidade, perde efetividade diante do aumento da obesidade. 


Estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra aumento médio de um centímetro na estatura infantil, ao mesmo tempo em que a obesidade cresceu cerca de 3%. A pesquisa, com dados entre 2001 e 2014, analisou mais de cinco milhões de crianças de 3 a 10 anos. 


O fenômeno, impulsionado por hábitos alimentares inadequados e estilo de vida sedentário, além da perda de poder de compra e a disponibilidade reduzida de alimentos frescos e nutritivos, é um sério desafio à saúde pública e coloca em risco o bem-estar das gerações futuras. 


Os dados também apontam que o Brasil enfrenta dificuldades em relação à saúde infantil quando comparado a outros países. Em 2022, o país tinha quase três vezes mais crianças com excesso de peso do que a média global, segundo Observatório da Saúde na Infância, da Fiocruz. Naquele ano, 14% dos jovens com até cinco anos estavam com sobrepeso. Entre os adolescentes eram 31%.