Desemprego de jovens negras é uma mancha na sociedade

A nossa sociedade integra um sistema racista que perpetua desigualdades profundos e persistentes, que deixam marcas na vida de milhões de pessoas todos os dias, e talvez, uma das mais cruéis e excludentes é a disparidade de oportunidades enfrentadas por jovens negras dentro do mercado de trabalho. 

Por Camilly Oliveira

Em 2023, as jovens mulheres negras entre 18 e 29 anos tiveram uma taxa de desemprego de três vezes maior que a dos homens brancos no Brasil. Além disso, as mulheres negras entre 14 a 29 anos dedicam quase o dobro de horas aos afazeres domésticos quando comparado à média dos homens negros e brancos. 

 

Essa comparação foi realizada pela organização Ação Educativa, a partir dos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2023. É nítido que existe uma cultura que coloca a juventude negra em espaços mais precários do mercado de trabalho, e essa quadro se agrava mais quando se considera raça e gênero. 

 

A nossa sociedade integra um sistema racista que perpetua desigualdades profundos e persistentes, que deixam marcas na vida de milhões de pessoas todos os dias, e talvez, uma das mais cruéis e excludentes é a disparidade de oportunidades enfrentadas por jovens negras dentro do mercado de trabalho. 

 

Apesar de muitas vezes terem qualificações e habilidades superiores, são frequentemente preteridas em favor de candidatos menos qualificados, privando de oportunidade de crescimento pessoal, danificando o tecido social, conservando a ideia ultrapassada de que a cor da pele determina o valor de alguém. 

 

É hora de reconhecermos a urgência de combater o racismo em todas as suas formas, enquanto a sociedade continuar a permitir que o racismo determine o destino de milhões de pessoas, estaremos falhando com nosso compromisso enquanto comunidade.