Estresse e sobrecarga de trabalho na Caixa

A direção da Caixa está adotando uma nova estratégia para evitar as filas e transtornos observados durante o pagamento da primeira parcela do auxílio emergencial aos brasileiros atingidos pela crise do coronavírus. Com o novo calendário, a expectativa, segundo o banco, é de que 2,5 milhões de pessoas sejam atendidas por dia em toda a rede.


Embora tenha adotado novas medidas, o número de atendimento ainda é surreal. Em Salvador, nesta semana, quando iniciou o pagamento da segunda parcela, há unidades que chegam a atender mais 1 mil clientes por dia. Um trabalho desumano.


Além do receio de pegar a Covid-19, os empregados ainda precisam lidar com o estresse diário nas agências que começa muito antes das 8h – quando o atendimento ao público inicia – e vai até altas horas. 


Embora a Prefeitura de Salvador e o governo do Estado estejam reforçando a organização das filas, o que sem dúvidas, tem ajudado muito, o fato é que não dá para a Caixa fazer sozinha um serviço que pode ser feito por todos os bancos. 


Descentralizar o pagamento ajudaria a todos. Mas, na real, falta força de vontade do governo federal em colocar os demais públicos na linha de frente e ainda obrigar os privados a contribuírem finalmente com o país que lhes dá tanto lucro. Não custa lembrar que no ano passado, o resultado dos quatro maiores bancos em atividade no Brasil bateu na casa dos R$ 81,5 bilhões apenas em 2019. É dinheiro demais que precisa ser convertido em benefício à nação.