Privatizações de ativos da Caixa na mira do TCU

Após o movimento sindical e deputados federais manifestarem preocupação com a privatização de ativos da Caixa, o TCU (Tribunal de Contas da União) vai avaliar os processos através da Secretaria de Controle Externo do Sistema Financeiro Nacional e dos Fundos de Pensão. 


Para a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), a privatização do banco está sendo conduzida de forma irregular porque falta autorização do Congresso Nacional para a venda dos ativos. Na reunião com o presidente do TCU, José Mucio Monteiro, nesta segunda-feira (15/06), a parlamentar alertou que foram detectadas algumas irregularidades no processo de abertura de capital, como a ausência de transparência no procedimento licitatório da contratação da consultoria.


O papel social da Caixa e a contribuição dada à sociedade, principalmente neste período de crise do novo coronavírus, também foram destacados pelos representantes dos empregados durante a reunião. O movimento sindical acredita que o governo está esvaziando o único banco 100% público do país e tirando o poder de investimento na população em um momento em que todos precisam das empresas públicas. 


Mesmo assim, o governo segue ameaçando as estatais. Pedro Guimarães, presidente da Caixa, reforçou os planos de vender partes lucrativas do banco. Admitiu a possibilidade da venda da área de cartões antes da Seguridade, dependendo do cenário econômico. O IPO (oferta inicial da ações) da Caixa Seguridade foi protocolado em fevereiro deste ano, mas foi interrompido por temor do mercado durante a pandemia de Covid-19.


A mobilização dos sindicatos também se mantém firme, inclusive, com a campanha “Parem de vender o Brasil”. Na luta para alertar a população brasileira para os prejuízos que a privatização das estatais pode trazer ao país e apoiando o Projeto de Lei 2715, que suspende as privatizações até 2022.