SUS é a única salvação para a classe média

Matéria publicada no Valor Econômico, do grupo Globo, dá a noção do drama vivido pela classe média brasileira - uma expressiva parcela apoiou o impeachment e votou em Bolsonaro - diante do avanço da Covid-19 no Brasil e da incapacidade do governo em superar a crise econômica, que se agrava em ritmo acelerado. Em menos de três meses, ou seja, do meio de março a maio, 283,6 mil pessoas perderam o plano de saúde e agora só têm o SUS para obter assistência médica.


As demissões, suspensões de contrato, reduções de salários, interrupções nas atividades econômicas de micro, pequenas e médias empresas não incluídas em atividades essenciais durante o isolamento social e a deliberação do governo Bolsonaro em não fazer nada para socorrer os mais pobres, sejam pessoas físicas ou jurídicas, fizeram milhares de pessoas cancelarem o plano de saúde por não terem como pagar.


A queda é considerada recorde histórico em tão pouco tempo, embora antes mesmo da pandemia muita gente - 83 mil por mês - já vinha sendo obrigada a suspender o plano de saúde. O total chega a mais de 3 milhões de pessoas, desde que, a partir de Temer e principalmente com Bolsonaro, foi adotada a política de repressão à organização dos trabalhadores e demais movimentos populares, com corte de direitos e extinção drástica da rede de assistência social.


Mais demanda para o sistema público de saúde, já tão debilitado e que, junto com a educação, sofrem um violento processo de desmonte, inclusive com o famigerado teto dos gastos públicos, que congelou por 20 anos os investimentos em duas áreas sociais tão estratégicas para o bem estar da população, em especial as camadas mais pobres. É o ultraliberalismo neofascista.