Regulamentação do teletrabalho é essencial contra os abusos

Os dados mostram a relevância da questão para os trabalhadores na conjuntura atual, cuja pandemia do novo coronavírus já infectou mais de 2 milhões de pessoas no Brasil e matou mais de 100 mil. Hoje, somente na categoria, cerca de 300 mil bancários estão no teletrabalho, em torno de 75 mil nos bancos públicos: BB, Caixa e BNB.


No Brasil, conforme a última PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, 8,2 milhões de pessoas estavam em trabalho remoto entre os dias 12 e 18 de julho. E o total já chegou a pouco mais de 9 milhões no início da crise sanitária.


O teletrabalho caiu nas graças do capital, principalmente dos bancos, porque reduz custos e incrementa os lucros. O “deus mercado” agradece. Mas, para os trabalhadores tem sido o maior inferno. Os patrões abusam na extrapolação da jornada, na cobrança de metas e resultados. Incomodam a qualquer dia e hora. Acham que os empregados, por estarem em casa, devem dedicação integral.


A nova realidade exige a regulamentação do teletrabalho, quer dizer, legislação aprovada pelo Congresso Nacional, com ampla participação dos trabalhadores. Urgentemente. Os bancários, pioneiros na constituição de um comitê bipartite para tomar decisões durante a pandemia, tratam o trabalho remoto como ponto prioritário para a categoria, hoje. Está incluído entre os tópicos principais da campanha salarial, foi o primeiro assunto discutido na mesa de negociação e constitui ponto fundamental para o Acordo Coletivo.