Luta garantiu avanços para os bancários do Bradesco

A campanha salarial deste ano foi um desafio para a categoria, sobretudo, por conta da pandemia de Covid-19. Apesar das dificuldades, os bancários fecharam importantes acordos, graças à luta dos trabalhadores. Com o Bradesco não foi diferente. Os empregados do banco conquistaram manutenção dos direitos, além da regulamentação do teletrabalho.

Um diferencial no acordo fechado com o Bradesco foi o teletrabalho, já que nenhum outro banco acatou a proposta. Foram mantidos os tíquetes alimentação para os trabalhadores que optarem por permanecer em home office. Também foi garantindo bonificação para os que permanecerem por mais de 50% da jornada com o trabalho remoto.

Com as ameaças permanentes aos trabalhadores, a categoria reconheceu que a campanha salarial foi vitoriosa por garantir por mais dois anos a manutenção de direitos. Outra conquista para os bancários do Bradesco foi o aumento real, de grande valia em tempos de crise econômica.

Acordo de teletrabalho é vitória 
Os bancários do Bradesco aprovaram, de forma pioneira, o acordo de teletrabalho (home office) para o pós-pandemia. 

Veja os principais pontos:

Ajuda de custo
O acordo prevê ajuda de custo de R$ 1.080,00, no primeiro ano, para cobrir gastos adicionais com o teletrabalho (internet, luz, etc), caso o banco não ceda a cadeira. Se o banco conceder em comodato a cadeira, a quantia será de R$ 960,00.

No primeiro ano, a ajuda será paga de uma única vez. Nos anos seguintes, o banco vai pagar a quantia de R$ 960,00, que poderá ser paga de uma só vez ou em até 12 vezes. Vale lembrar que o bancário precisa concordar em ir para o regime de teletrabalho. Não será obrigatório.

Jornada de trabalho
O banco vai adotar o controle da jornada, por meio de programa de computador para registro dos horários de trabalho e/ou por regime de exceção. A empresa irá respeitar intervalos para refeição e períodos de descanso. Ligações de áudio ou vídeo, mensagens escritas, ou qualquer outra atividade laboral nesses períodos serão proibidas ou, caso ocorram, serão devidamente computadas como horas extras.

Fornecimento de equipamentos
Cabe ao Bradesco fornecer notebook ou desktop, mouse, teclado independente e headset, ficando o funcionário responsável pela guarda, conservação e devolução.

Treinamento
Serão realizados programas de treinamento para quem for incluído no regime de teletrabalho, assim como para os gestores.

Saúde
O Bradesco promoverá orientação a todos os empregados em regime de teletrabalho sobre medidas de prevenção de doenças e acidentes do trabalho, por meio físico, digital ou treinamentos à distância. O banco também realizará acompanhamento especial no exame periódico de quem estiver em trabalho remoto.

Canal de apoio

O Bradesco disponibilizará canal de apoio para orientações aos funcionários sobre procedimentos profissionais ou equipamentos.

Acompanhamento
Criação de um GT (Grupo de Trabalho) para acompanhar a aplicação do acordo.


A atuação do Sindicato protege os bancários  
Graças aos esforços do Sindicato dos Bancários da Bahia, os trabalhadores do Bradesco tiveram as vidas resguardadas durante a pandemia. A entidade atuou como peça chave para não só garantir direitos, mas também cobrando do banco equipamentos para garantir a segurança de bancários e clientes.

O SBBA participou da construção do protocolo para atendimento com pandemia, garantindo EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), testagem dos funcionários e ampliação no Viva Bem, programa que permite comunicação direta com médicos especializados no atendimento dos trabalhadores. 

Nada justifica as demissões no Bradesco 
É estarrecedora a atitude do Bradesco em meio à crise econômica que o mundo enfrenta. Mesmo tendo acordado que não demitiria sem justa causa durante a pandemia, o banco já desligou quase 430 trabalhadores pelo país. Para piorar, pretende continuar o movimento nefasto.


Com o lucro de R$ 7,626 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, o Bradesco aumenta a lucratividade, mesmo em meio à crise. Ou seja, não tem justificativa para tantas demissões. A atitude da empresa só faz aumentar o número de famílias desamparadas no momento de maior dificuldade vivido por todos.

O Sindicato dos Bancários da Bahia tem atuado fortemente contra as demissões, com manifestações nas redes sociais e presencialmente, fechando agências, e denunciando as medidas do banco. A entidade não irá parar até que o Bradesco reveja o processo de desligamentos, além de ouvir os milhares de trabalhadores que estão sendo desamparados pela ganância da empresa.