No Brasil, bancos lucram alto e demitem a rodo

A pandemia de Covid-19 causou um verdadeiro estrago na vida de muita gente. Diversas pequenas e médias empresas demitiram funcionários por conta das dificuldades financeiras. A situação, no entanto, é bem diferente para o setor bancário, que passa ileso pela crise. 


Os bancos encerram 2019 com crescimento de mais de 30% nos lucros e, ainda assim, têm demitido a rodo, em descumprimento ao acordo firmado no início da pandemia. A lucratividade do setor somou R$ 108 bilhões no ano passado. 


Somente o Itaú obteve lucro de R$ 28,3 bilhões, o Bradesco, R$ 25,8 bilhões, e o Santander, R$ 14,5 bilhões. Os três gigantes do sistema financeiro são os que mais demitiram na crise. Desde janeiro, foram mais de 12 mil desligamentos.


No ano da pandemia, os bancos utilizam um recurso fiscal para maquiar os lucros. É o chamado provisionamento, dinheiro de reserva para se proteger em caso de possíveis calotes dos clientes. Com isso, a lucratividade teve um leve retração no primeiro semestre. As cifras chegaram a R$ 30 bilhões, uma queda média de 32% em relação a idêntico período de 2019. Mesmo com maquiagem, os valores ainda são de dar inveja.