Mínimo empurra poder de compra lá embaixo 

O novo valor do salário mínimo, que passou a ser de R$ 1.100,00 em 1º de janeiro, terá novamente o menor poder de compra em relação aos produtos da cesta básica desde 2005, conforme estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A grande diferença é que, ao contrário de agora, naquele período havia uma política de valorização do salário mínimo.

 

O Dieese estima que a cesta básica em São Paulo passe para R$ 696,71 neste mês. Assim, o salário mínimo reajustado equivale a 1,58 cesta básica, mesmo indicador de 2020 e a menor desde 2005 (1,60). De 2006 a 2019, essa proporção sempre esteve próxima ou acima de duas cestas, chegando a 2,16 em 2017.

 

Para quem não se lembra, a política de valorização do salário mínimo surgiu a partir de iniciativa das centrais sindicais, que realizaram uma série de “marchas” para Brasília. A medida foi criada e se tornou lei nos governos Lula e Dilma, respectivamente. 

 

O critério de reajuste considerava o INPC do ano anterior. A título de aumento real, o PIB de dois anos antes. Prevista na Lei 13.152, de 2015, a regra era válida até 2019, quando houve ganho real de 1,14 ponto percentual.

 

No ano passado e neste, o mínimo ficou “colado” com a inflação. O INPC de dezembro será divulgado no próximo dia 12. De janeiro a novembro de 2020, ficou acumulado em 3,93%. Em paralelo, comer está cada dia mais caro. Os preços dos alimentos não param de subir, pressionando a cesta básica. Pior para a população mais pobre.