Previdência privada só gera lucro para bancos

Ao contratar um plano de previdência privada nos bancos, o primeiro questionamento que deve ser feito é sobre a taxa de administração cobrada. Com isso, as organizações financeiras lucram muito e drenam boa parte dos recursos que deveriam garantir a aposentadoria, já que quanto maior for o encargo, menor será o benefício.


Os bancos cobram uma taxa para administrar o patrimônio acumulado com contribuições mensais. A taxa de administração é aplicada anualmente sobre todo o valor acumulado. Nos sites dos três maiores bancos do país – Itaú, Bradesco e Santander, a média do encargo cobrado nos planos de previdência privada é de 1,5% ao ano. Em dezembro de 2019, foram responsáveis por administrar uma carteira de R$ 719 bilhões. 


Através da taxa de administração cobrada nessa gorda carteira, foi gerada, nos três bancos, a quantia R$ 10,8 bilhões dos poupadores que investem para a aposentadoria.  Com tamanha lucratividade, fica mais fácil entender por que as empresas empurram a qualquer custo os planos de previdência privada para clientes.


O que gera preocupação aos trabalhadores é a posição do governo que defende e apoia que bancos administrem planos de previdência complementar em diversos segmentos, como os dos servidores públicos. 


Criada para garantir dignidade e uma fonte de sustento aos idosos e aos incapacitados, só a previdência pública e social é capaz de garantir proteção igualitária. Mas, é necessário que além das contribuições dos empregados, os recursos públicos sejam o maior contribuinte para a segurança de milhares de brasileiros.