Mais ameaças em torno do FGTS na Caixa 

O FGTS segue correndo risco de ficar insustentável. Uma das ameaças são os sucessivos saques, iniciados em 2016 com o anúncio de Michel Temer liberando as retiradas das contas inativas até dezembro de 2015. Além disso, ainda tem o incentivo do governo ao trabalho autônomo, que não recolhe o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Saindo mais recurso do que entrando. 


O esvaziamento do FGTS preocupa. Como era esperado, os valores sacados não surtiriam os efeitos desejados na economia. Cerca de R$ 44 bilhões foram liberados na época.  A partir de 2016, o lucro líquido do Fundo só cai. Prova disso é que no balancete de novembro de 2015, o resultado foi de R$ 14,828 bilhões.

 

Já no mesmo mês em 2019,  a lucratividade caiu para R$ 11,703 bilhões. No ano passado, o FGTS lucrou apenas R$ 6,894 bilhões até novembro. Para piorar, Bolsonaro permitiu o saque emergencial de R$ 1.045,00. A medida foi apontada como enfrentamento à crise econômica provocada pela pandemia.

 

Agora, o Projeto de Lei 2995/20, que pretende permitir que outros bancos, além da Caixa, possam atuar como agente operador do FGTS, coloca o Fundo novamente em risco. O governo havia sinalizado, em 2019, a vontade de retirar o monopólio da estatal. O PL tem que ser barrado porque os privados só querem lucrar e não têm o menor interesse em financiar projetos de desenvolvimento em saneamento, infraestrutura e habitação.