Jovens são maioria entre os desempregados

Ingressar no mercado de trabalho em um país que não valoriza a mão de obra é difícil. Se for mais velho, está ultrapassado. Se for jovem, as empresas alegam falta de experiência. Uma dureza que atinge milhões de pessoas que buscam a primeira oportunidade. 


Dos quase 14 milhões desempregados no quarto trimestre de 2020, cerca de 70% tinham 14 e 24 anos, aponta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além de competir com as máquinas, essa geração ainda precisa concorrer com a inteligência artificial. Uma disputa desleal.


Quem não tem qualificação encontra ainda mais barreiras. O cenário dificulta a ascensão social e desanima milhões de jovens, que abandonam os estudos por falta de perspectivas no mercado de trabalho. As coisas não ficam mais fáceis para quem tem nível superior.


Além das novas tecnologias, a política ultraliberal imposta ao país desde o golpe jurídico-midiático-parlamentar fez a vida mudar, para pior. A reforma trabalhista retirou direitos importantes. A terceirização deu carta branca às empresas contratarem sem qualquer garantia ao trabalhador. Trabalho formal ficou muito mais difícil.