O sistema financeiro tem de ajudar o país a crescer

Um sistema financeiro que sustente a transição verde, reduza as desigualdades sociais, faça a mudança estrutural da economia e que não atue sozinho. Essa é a opinião da economista e pesquisadora Fernanda de Freitas Feil, durante apresentação na 23ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada no sábado (04/09).


Na mesa “Qual sistema financeiro o Brasil precisa?”, Fernanda de Freitas destacou que o país hoje investe pouco no próprio desenvolvimento econômico e social e tem um número baixo de operações de crédito, 52% do PIB, enquanto países desenvolvimentos têm média de 150%. 


Por isso, é tão importante fortalecer os bancos públicos, que são capazes de injetar recursos na economia, mas desde o governo Temer têm sido sucateados. E Bolsonaro aprofunda o desmonte. São as instituições que ofertam crédito ao setor produtivo e não apenas o retém para gerar recursos aos rentistas.


O economista Ladislau Dowbor também ressaltou durante a conferência que não há solução para a categoria bancária se não tiver uma racionalidade para o sistema financeiro, que deve ser útil para o desenvolvimento do país e a sociedade. 


Ele considera que o sistema financeiro não é um setor, é uma dimensão de tudo que a gente faz. Também acredita que os bancários precisam compreender que o dinheiro tem de ser produtivo, pois não é dos bancos, é das pessoas e tem de voltar para elas, não apenas gerar riquezas para as instituições financeiras. 


Uma solução para o Brasil, segundo Ladislau Dowbor, seria a reforma financeira, com taxação de lucros e dividendos e criação de lei que regulamente a agiotagem, além de uma reforma bancária para romper com o oligopólio dos bancos.