Mulheres se endividam para sobreviver no país

Para não deixar faltar comida na mesa da família, 80,1% das mulheres se endividaram. Elas correspondem a 46% da chefia dos domicílios brasileiros. As dívidas são mais comuns entre as mulheres do que entre os homens (76,5%), com avanço de 10,5 pontos percentuais desde 2021. 


Em um Brasil abalado pela política neofascista de Jair Bolsonaro e que voltou ao Mapa da Fome da ONU desde o golpe jurídico-parlamentar-midiatico de 2016, esta foi a constatação da pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).


Com a inflação acumulada em 12% ao ano, as mulheres que recebem de um a dois salários mínimos têm a renda quase toda comprometida com a compra de alimentos, gás, pagamento de aluguel e energia. 


Para economistas, uma das causas da diferença do endividamento entre as mulheres em relação aos homens é estrutural, pois as brasileiras estão em situação mais desfavorável no mercado de trabalho. 


O salário delas é em média 25% mais baixo do que o deles. Entre as negras, a discrepância pode chegar a 40%. Depois de terem perdido o emprego por conta da pandemia, elas voltaram a trabalhar com média de rendimentos de 11 a 15% menor.