Política habitacional será um grande desafio

No governo Bolsonaro, o descaso com a população, especialmente com a parcela mais pobre, contribuiu para a falta de moradia e a habitação precária no país. A estimativa é de que mais de 17 milhões de brasileiros morem em locais precários, improvisados ou tendo de direcionar a maior parte da renda ao aluguel. 


O déficit habitacional é consequência dos cortes feitos por Bolsonaro na área, impedindo milhões de pessoas de realizarem o sonho da casa própria. Entre as pessoas que vivem em situação precária, 88% recebem até três salários mínimos.  


O cenário é desafiador para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Para se ter ideia, quase um milhão de pessoas foram despejadas entre março de 2020 e outubro deste ano. A área ocupada por favelas cresceu o equivalente a 102 mil campos de futebol em 37 anos no Brasil. Atualmente, 9,5 milhões de pessoas vivem em áreas de risco. 


Se dependesse de Bolsonaro, a situação piorava. O orçamento de 2023 previsto para o Ministério do Desenvolvimento Regional é de apenas R$ 2,2 bilhões e os cortes no Casa Verde Amarela, substituto Minha Casa Minha Vida, chegam a 95%. Tem mais. Somente R$ 34,2 milhões estão destinados ao Fundo de Arrendamento Residencial e R$ 20 milhões em área de risco.