Governo Bolsonaro prejudica merenda escolar

Os desmandos de Bolsonaro nos últimos quatro anos podem custar caro ao povo brasileiro e o novo governo terá trabalho. Uma das consequências do descaso é o fato de a Bahia ser o terceiro estado mais afetado com o veto do presidente ao reajuste do valor da merenda escolar, com a perda de R$ 89 milhões.


Depois da pressão da sociedade civil, a proposta de reajuste vetada por Bolsonaro foi levada ao Congresso Nacional este ano. Caso não seja derrubado, o prejuízo no investimento para a oferta de alimentação escolar a todos os estudantes da rede pública de ensino básico será incalculável.


Desde 2017 que o valor de repasse ao PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) não é reajustado. O governo federal repassa somente R$ 0,36 por dia por estudante matriculado desde então. Ao chegar aos municípios e estados, a quantia precisa ser complementada pelas gestões locais. Nos cinco anos, estima-se que o real perdeu 30% do poder de compra. 


O impacto é ainda maior para as crianças que saem de casa em jejum e vão até a escola na esperança de comer pelo menos o lanche. Com este valor pífio, em boa parte dos lugares o alimento é um copo de suco com 10 biscoitos de água e sal. 


Uma lei determina que pelo menos 30% dessas compras federais sejam da agricultura familiar, desde 2009, para estimular a geração de trabalho e renda nas comunidades rurais e ainda promover alimentação de qualidade para as famílias. Sem o reajuste no PNAE, vai gerar perda de R$ 398 milhões para a agricultura familiar, segundo cálculos do Observatório da Alimentação Escolar.