Gestão ética entra em negociação no Comando Nacional

A categoria reivindica cláusulas claras na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) para impedir abusos, assegurar supervisão humana, democratizar informações e estabelecer limites éticos para qualquer ferramenta digital. A negociação vai contonuar, mas a posição já está consolidada de que nenhum sistema pode substituir direitos, esvaziar autonomia ou transformar cada bancário em objeto de controle algorítmico. 

Por Camilly Oliveira

O Comando Nacional colocou no centro da mesa um tema que redefine o futuro da categoria: a disputa pelo controle das tecnologias que atravessam a rotina bancária. A reunião com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) expôs a urgência de um limite claro ao poder das plataformas digitais utilizadas pelos bancos, que vêm transformando vigilância em método de gestão. O movimento sindical afirmou que tecnologia não pode servir como instrumento de invasão da vida privada. 

 


As propostas apresentadas formam um conjunto sólido de proteção, o Comando exigiu que qualquer ferramenta digital se restrinja às atividades profissionais, com transparência total e negociação prévia com a categoria. No teletrabalho, cobrou garantias para que cada bancário possa contestar avaliações produzidas por sistemas que capturam dados de forma assimétrica.

 


O posicionamento do Comando expôs uma crítica ao modelo de hipervigilância que bancos tentam normalizar. O argumento central afirma que nenhum trabalhador pode ser submetido a monitoramento oculto, nem avaliado por plataformas sem acesso prévio às regras que orientam avaliações. A categoria também denuncia o risco de demissões baseadas em análises digitais que operam sem transparência, alimentando práticas autoritárias que corroem confiança, silenciam equipes e ampliam desigualdades internas.

 


A categoria reivindica cláusulas claras na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) para impedir abusos, assegurar supervisão humana, democratizar informações e estabelecer limites éticos para qualquer ferramenta digital. A negociação vai contonuar, mas a posição já está consolidada de que nenhum sistema pode substituir direitos, esvaziar autonomia ou transformar cada bancário em objeto de controle algorítmico.