Trabalhar menos e viver mais
A defesa do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, pelo fim da escala 6x1, mostra que o governo está preocupado e alinhado com os anseios da população. Para ele, o regime de seis dias de trabalho e apenas um de descanso é “incompatível com a vida moderna” e “especialmente cruel com as mulheres”.
Por Ana Beatriz Leal
A defesa do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, pelo fim da escala 6x1, mostra que o governo está preocupado e alinhado com os anseios da população. Para ele, o regime de seis dias de trabalho e apenas um de descanso é “incompatível com a vida moderna” e “especialmente cruel com as mulheres”.
No Brasil, em geral, a jornada semanal média dos assalariados é de 41h30. Do total, 47,0% têm jornadas acima de 40 horas; e 13,5% trabalham 48 horas ou mais. Ou seja, ao trabalhador não resta tempo para a vida social. Ele opera quase que como uma máquina, o que aumenta o risco de adoecimento.
Protocolada em fevereiro na Câmara dos Deputados, a PEC 8/25, que encontra grande resistência no Congresso Nacional conservador e elitista, propõe uma jornada de quatro dias de trabalho e três de descanso, estabelecendo limite de 36 horas semanais, extinguindo, portanto, a escala 6x1.
A luta para que a Proposta de Emenda à Constituição seja aprovada não é fácil. A história mostra que os avanços sociais sempre enfrentaram resistência, mas que, com mobilização organizada, é possível vencer. Foi assim com a redução constitucional de 48 para 44 horas semanais em 1988. Agora, é imperioso aprovar a PEC e dar mais dignidade aos trabalhadores brasileiros.
