Trabalho que suga a saúde 

Segundo uma nova edição do estudo Saúde Mental em Foco, 66,1% dos brasileiros já foram impactados de alguma forma pelo estresse relacionado ao trabalho. Dentre os entrevistados, 38% deram nota 4 para a própria saúde mental, 7,2% relataram nível crítico e 28,8% atribuíram a melhor nota. 

Por Itana Oliveira

A realidade do trabalhador contemporâneo parece reproduzir o cenário pré-Revolução Industrial, momento quando o ser humano era explorado até o limite da própria saúde. Em sintonia com os avanços tecnológicos, as doenças, que antes eram majoritariamente físicas, hoje ocupam o psíquico de indivíduos cansados do ambiente tóxico de trabalho. 

 

Segundo uma nova edição do estudo Saúde Mental em Foco, 66,1% dos brasileiros já foram impactados de alguma forma pelo estresse relacionado ao trabalho. Dentre os entrevistados, 38% deram nota 4 para a própria saúde mental, 7,2% relataram nível crítico e 28,8% atribuíram a melhor nota. 

 

A pesquisa aponta que quase metade dos brasileiros acredita que todos devem fazer terapia, embora apenas 26,8% façam. Entre os que não fazem, 48% dizem não ver necessidade no momento; 34,5% mencionam custo e 18% falta de tempo. Apenas 7,5% recebem custeio das empresas; 28% utilizam plano de saúde e a maioria paga do próprio bolso. 

 

O estudo ainda afirma que 46,3% dos trabalhadores não recomendariam suas empresas como promotoras do tema e apenas 27,6% estão satisfeitos. Outros 32,1% dizem as organizações onde trabalham não possuem qualquer iniciativa ligada à saúde mental. 

 

O modelo de trabalho existente opera em favor do capitalismo e a mão de obra mais barata é o indivíduo necessitado. Os resultados são explícitos.