Reforma da Previdência prejudica mais pobres

A reforma da Previdência do governo Bolsonaro acaba com as duas formas possíveis de aposentadoria. Pela regra atual 85/95, o cálculo é feito de acordo com o número de pontos alcançados somando a idade e o tempo de contribuição. Atingindo os pontos necessários, é possível receber o benefício integral, sem aplicar o fator previdenciário, o que é vantajoso ao segurado. 

Mas a proposta substitui por uma regra única: idade de 65 anos (homem) e 62 anos (mulher) desde que tenham contribuído no mínimo por 20 anos. No entanto, com a contribuição mínima, o trabalhador só poderá receber até 60% do valor integral da aposentadoria. A medida afeta principalmente os mais pobres, que começam a trabalhar bem mais cedo, em média aos 14 anos. Se a reforma passar, só poderão se aposentar quando completarem a idade mínima. A estimativa é de que trabalhem até 11 anos a mais do que uma pessoa de classe média.

Hoje, a aposentadoria por tempo de contribuição não exige idade mínima e o benefício é recebido com 35 anos de trabalho para homens e 30 para mulheres. Em média, os brasileiros alcançam o limite entre 53 e 55 anos de idade.  

Frente Parlamentar
O Sindicato dos Bancários da Bahia, preocupado com os ataques aos trabalhadores, tem atuado em várias frentes para esclarecer a sociedade sobre os riscos da reforma e pressionar os parlamentares a votarem contra o projeto. A entidade faz parte, inclusive, da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social, uma iniciativa suprapartidária.