Acidente de trabalho: reflexo do descaso patronal

O Observatório reuniu dados entre 2012 e 2022. No período, o país contabilizou mais de 7 milhões de acidentes com empregados registrados pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). A média é de um caso a cada 51 segundos. As mortes somam 25 mil. Foram registrados ainda mais de 6 milhões de Comunicações de Acidentes de Trabalho.

Por Ana Beatriz Leal

Uma pessoa morre a cada 3 horas vítima de acidente de trabalho no Brasil. O dado do Observatório de Segurança do Trabalho, do Ministério Público, choca e reflete a busca desenfreada do lucro do patronato, que segue a lógica ultraliberal em detrimento da saúde e da proteção dos trabalhadores que explora. 


O Observatório reuniu dados entre 2012 e 2022. No período, o país contabilizou mais de 7 milhões de acidentes com empregados registrados pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). A média é de um caso a cada 51 segundos. As mortes somam 25 mil. Foram registrados ainda mais de 6 milhões de Comunicações de Acidentes de Trabalho.


Hoje, o Brasil possui 38 normas regulamentadoras para ampliar a segurança e a qualidade de vida dos trabalhadores. Apesar de o país possuir uma ampla legislação sobre segurança no trabalho, fruto da luta do movimento sindical, o número de casos ainda é grande. 


A situação piorou após a ascensão do ultraliberalismo, que afrouxou a fiscalização. O ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, revisou diversas NRs (Normas Regulamentadoras) e desmanchou a rede de fiscalização federal. Tudo para reduzir custos e ampliar os lucros. Lamentavelmente.