Mós, Aí, Que

A busca por uma arte contemporânea que, ao mesmo tempo, carregue o sotaque regional da cultura popular nordestina, marca a trajetória do Finos Trapos, referência do teatro de pesquisa baiano dos últimos anos. Com este mesmo espírito, o grupo retoma suas atividades na estreia de “Mós, Aí, Que” (dia 07), além da inauguração da exposição “Varal das Memórias”, a partir do dia 01, no Teatro Gamboa Nova.
 
Refletindo a vida, o espetáculo mostra uma companhia em crise que revisita seu repertório e personagens para contar uma inspiradora história cênico-musical, focada no imaginário sertanejo. É uma celebração à criação compartilhada e à cena como território de encontros e despedidas, achados e desventuras, que explora tradições e rompe fronteiras, usando metalinguagens e elementos biográficos.
 
Qual o sentido de continuar junto? Como encontrar novas imagens neste inconsciente coletivo do artista que se inspira na estética regional? É possível criar e convidar o público para mais este terreno desconhecido? Onde colher novas poesias? Com uma série de argumentos cercados de muito afeto o grupo passa a entender a crise como oportunidade de sair da zona de conforto e alçar novos vôos com “Mós, Aí, Que”. 
 
A exposição “Varal das Memórias” completa este momento, numa homenagem aos guardados do grupo. Retrata momentos de bastidores, espetáculos, ações de formação e projetos executados e idealizados nos últimos treze anos. “Queremos comemorar a vida, a permanência, os sabores e dissabores deste permanecer, as vivências destes anos, as experiências, os aprendizados e a maturidade que bate todos os anos à nossa porta” – explicam seus integrantes, que recordam em especial de Roberto de Abreu, artista e professor de teatro que permaneceu no Finos Trapos por quase 10 anos. “Evoé para Beto!” – ecoam.
 
Sobre o Grupo: Público e crítica reconhecem o intenso trabalho do Finos Trapos, criado em 2003 a partir do encontro de amigos do interior baiano, que se dedicam ao estudo e fomento das Artes Cênicas também em Salvador, criando participações em importantes editais estaduais e nacionais, recebendo premiações, além do embasamento acadêmico e transmissão de ricos saberes teatrais, sempre aportadas na cultura popular.
 
Fazem parte do repertório os espetáculos: “Sussurros...”(2004),“Sagrada Folia”(2005), “Sagrada Partida” e “Auto da Gamela” (2007), “Gennésius – Histriônica Epopéia de um Martírio em Flor” (2009), Berlindo (2011) e “O Vento da Cruviana” (2014).
 
Como falecimento prematuro do professor da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano e diretor teatral Roberto de Abreu, em 2015, o grupo perde esta forte referência de seu membro fundador, reestruturando sua volta no final de 2016.
 
 
 
Serviço
 
Mós, Aí, Que – estreia do Grupo de Teatro Finos Trapos
 
Quando: 07, 08, 09, 10, 11, 14, 15, 16, 17 e 18/12 - 20h (quarta a domingo)
 
Horário: 20h (qui a sab) e 17h (domingos 11 e 18))
 
Onde : Teatro Gamboa Nova – Rua Gamboa de Cima 03 - Aflitos
 
Quanto: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia)
 
Classificação: 14 anos