Depois do golpe, desigualdade dispara no país

O cenário do Brasil pós golpe jurídico-midiático-parlamentar que, em 2016, derrubou a presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente, é de terra arrasada. A recessão econômica está longe de acabar. A pouca recuperação que se observa beneficia apenas os mais ricos, aumentando as desigualdades sociais. 


Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, divulgado nesta quinta-feira (15/08), comprova. A renda do trabalho da metade mais pobre caiu 18,1% em termos reais e a dos 1% mais rico aumentou 9,5% nos últimos quatro anos. A ONU (Organização das Nações Unidas) também alerta para a vulnerabilidade do país e o risco de a miséria disparar. 


Entre as razões está política de austeridade imposta pelo neoliberalismo. O Teto dos Gastos, por exemplo, paralisa os investimentos públicos por 20 anos. Tem ainda a nova lei trabalhista, o desemprego, que atinge quase 13 milhões, e a reforma da Previdência, em vias de aprovação. A medida dificulta o acesso à aposentadoria e reduz os benefícios dos trabalhadores.


Com um cenário desse não há estudo que aponte melhoras. Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a pobreza no país aumentou entre 2016 e 2017, saindo de 25,7% para 26,5% da população. O índice de extremamente pobres - pessoas que vivem com menos de R$ 140,00 por mês - passou de 6,6% para 7,4% no mesmo período.


A situação se agrava com o governo Bolsonaro. Enquanto os mais ricos do país acumulam mais dinheiro, os brasileiros mais vulneráveis continuam a acumular queda na renda.