Empresários tentam boicotar à Lei da Igualdade Salarial

Além disto, as centrais sindicais destacaram estudos econômicos que indicam que a eliminação da discriminação salarial contra as mulheres poderia impulsionar o crescimento econômico do país, conforme apontado por relatórios do Banco Mundial.

Por William Oliveira

Mais um absurdo dos empresários, com as ações movidas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e pela CNC (Confederação Nacional do Comércio) contra trechos essenciais da Lei da Igualdade Salarial.  Esta medida, que visa corrigir desigualdades de gênero no mercado de trabalho, foi sancionada pelo presidente Lula e é vista como um avanço importante na luta pela equidade salarial entre homens e mulheres.


No entanto, a tentativa do empresariado de questionar a constitucionalidade da lei gerou forte reação das centrais sindicais, que denunciaram o movimento como uma forma de manter a misoginia contra as trabalhadoras. Sob o título Patrões Querem Manter Misoginia Contra Trabalhadoras, as centrais sindicais expressaram indignação com a postura das entidades patronais.


Ao questionar a Lei da Igualdade Salarial, as entidades empresariais ignoram não apenas uma demanda histórica do movimento feminista, mas também uma ampla maioria no Congresso Nacional que aprovou a legislação. Esta atitude é contradição, uma vez que muitas empresas costumam promover discursos de apoio à igualdade de gênero, enquanto buscam minar uma medida que efetivamente a promove.


O argumento das entidades empresariais, de que a lei desconsidera casos em que a diferença salarial seria justificada, foi rebatido pelas centrais sindicais. Elas enfatizaram que a legislação exige igualdade salarial para pessoas que desempenham a mesma função e cumprem a mesma carga horária, tornando injustificável qualquer disparidade salarial baseada no gênero.


Além disto, as centrais sindicais destacaram estudos econômicos que indicam que a eliminação da discriminação salarial contra as mulheres poderia impulsionar o crescimento econômico do país, conforme apontado por relatórios do Banco Mundial.


Diante desta polêmica, as centrais sindicais conclamaram as entidades empresariais a retirarem a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) e a reconhecerem a importância fundamental da igualdade salarial e de oportunidades para as mulheres no Brasil.