Home
>
Artigos

O ídolo

No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ Álvaro Gomes faz um balanço sobre a importância de Neymar para a Seleção Brasileira na Copa do Mundo .

Na Copa do Mundo deste ano, Neymar, considerado por alguns como estrela, para mim se apagou, dentro e fora de campo. Embora seja um bom jogador, não tem contribuído com a Seleção Brasileira nas últimas Copas, seja porque não teve um bom desempenho, ou porque ficou fora da competição em função de constantes contusões. No jogo contra a Sérvia, por exemplo, se contundiu e, provavelmente, não vai jogar as próximas partidas. O Brasil, entretanto, brilhou com dois espetaculares gols de Richarlison.


Com seu brilhantismo dentro e fora de campo, Richarlison passou a ídolo da maior parte da torcida brasileira. Ele mostrou que tem talento como jogador e preocupação social. Defensor da Ciência, da vacina, comprou cilindros de oxigênio para salvar vidas em Manaus, durante o momento mais grave da pandemia. Não tem notícia de sonegação de impostos e ainda afirmou que destina 10% do salário para ajudar uma instituição de tratamento de câncer. 
Enquanto Neymar ostenta, sonega impostos, declara apoio ao presidente Bolsonaro e promete gol e homenagem ao inominável, Richarlison, na sua posição humilde, fez o gol mais bonito da Copa até então e simbolizando o pombo da paz se coloca ao lado dos mais necessitados, sem esquecer a origem pobre.
Concordo com Casagrande que, em artigo no Jornal Folha de S.Paulo no último dia 25, afirma que Neymar "dentro do campo, nunca foi decisivo para a Seleção brasileira". E fora de campo um verdadeiro desastre. Boçal, pernóstico, defensor do bolsonarismo responsável por centenas de milhares de mortes durante a pandemia, pelo clima de ódio, pela proliferação de armas de fogo que mata as pessoas e por uma política que aprofunda as desigualdades sociais.


Não comemoro a lesão de Neymar e nem lhe desejo mal. Diferentemente dele que deseja o mal da população, especialmente dos mais pobres, ao apoiar as propostas fascistas do bolsonarismo. Que a Seleção Brasileira conquiste o hexa, com ídolos como Richarlison, com um trabalho coletivo, sem precisar de Neymar, até porque, como declarou Casagrande, ele nunca foi decisivo para a Seleção Brasileira.


*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ