A greve negra de 1857
No artigo, diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ Álvaro Gomes fala sobre o projeto Juri Simulado de autoria do Defensor Público Geral Rafson Ximenes, da defensora pública Eva Rodrigues e do defensor público Raul Palmeira (in memoriam).
O projeto Juri Simulado de autoria do Defensor Público Geral Rafson Ximenes, da defensora pública Eva Rodrigues e do defensor público Raul Palmeira (in memoriam), tem uma importância muito grande para a releitura da história do Brasil, buscando a verdade dos fatos, este ano a Defensoria Pública da Bahia escolheu o Sindicato dos Bancários da Bahia, para a realização do evento que tem como tema a Greve Negra dos escravos de ganho na Bahia. Será dia 23/11/22 as 14 horas.
A Defensoria Pública da Bahia tem se destacado na defesa da população carente e no combate ao racismo, assim o Juri Simulado já teve como temática, Luiza Mahim (2016), Zumbi dos Palmares (2017), Lei Aurea (2018), Carlos Marighella (2019), Manuel Faustino-Revolta de Búzios(2019), Lei de Cotas (2021) e este ano, no novembro negro, o tema será a Greve Negra de 1857.
A greve negra teve início em 1º de junho de 1857, eram escravos, negros, mestiços libertos e livres. A greve foi um protesto contra a escravidão a opressão, o pagamento de imposto, o controle policial, onde eram obrigados a colocar uma placa de metal de identificação no pescoço. Durou cerca de 10 dias. Assim a cidade de Salvador parou, tanto o transporte de pessoas quanto de mercadorias.
“A greve de 1857 foi a mais eloquente resposta à pressão por eles sofrida, um movimento inédito, ousado e original nos anais da sociedade escravista no Brasil, e mesmo nas Américas, episódio que deixou perplexas as autoridades políticas e policiais da província da Bahia e repercutiu como curiosidade excêntrica nos principais jornais da corte imperial”.(Reis,2019)*
A greve de 1857 tem uma importância extraordinária para a história de luta dos trabalhadores, as resistências contra a escravidão e o trabalho precário foram respostas que contribuíram muito para a continuidade desse processo que continua até a atualidade, que é a busca de uma sociedade justa sem opressão onde todos tenham acesso ao trabalho decente e a viver com dignidade.
O Sindicato dos Bancários da Bahia, palco de inúmeras greves e manifestações históricas, receberá de braços abertos a realização deste importante evento. Parabéns a Defensoria Pública da Bahia.
*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ
*Reis, João José. Ganhadores (p. 430). Companhia das Letras. Edição do Kindle.