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O terrorismo ensaiado

No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, abordou sobre os atos terroristas do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília, e sore o papel ex-presidente Jair Bolsonaro com um discurso golpista e a construção de um novo golpe.

Os atos terroristas do domingo, dia 08/01/22, já eram previsíveis, e contou com a conivência de autoridades e setores das forças de segurança, aliás os convites pelas redes sociais estavam claros ao convocar bolsonaristas para “tomada de poder pelo próprio povo, dias 07 e 08 de janeiro.” Além disso, a tentativa de golpe já vem sendo ensaiada em diversos episódios. Na realidade, esta construção de forma mais efetiva vem sendo feita desde 2018, quando Bolsonaro foi eleito presidente.


O discurso golpista e a construção de um novo golpe tem sido um processo cotidiano do ex-presidente Bolsonaro, sob argumento de fraude nas eleições, já preparava o terreno ao defender voto impresso, questionando a lisura das eleições a partir das urnas eletrônicas. Viabilizou a proliferação de armas de fogo com objetivo de armar milicianos e grupos criminosos vinculados ao bolsonarismo, desenvolveu uma política de confronto com as instituições e tentou um golpe em 7 de setembro de 2021.


Mais recentemente, houve dois ensaios antes dos atos terroristas do dia 08/01/2023, no Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal. Um foi no dia da diplomação de Lula, 12/12/2022, quando tentaram invadir o prédio da Polícia Federal, incendiaram ônibus e veículos, além de outros atos de vandalismo e ninguém foi preso. Outro foi no dia 24/12/22, quando uma bomba foi colocada em um caminhão de combustível próximo ao aeroporto dia 24/12/22. No dia da posse de Lula, a bonita festa da democracia com milhares de pessoas em Brasília e o sistema de segurança eficiente, evitou as ações golpistas.

 

Após os atos de vandalismo que atingiu os três poderes, Lula decretou intervenção federal em Brasília e assegurou que medidas serão tomadas para punir os responsáveis pelos atos terroristas e golpistas. São iniciativas necessárias e fundamentais para assegurar a democracia. Os principais articuladores do golpe muitos dos quais não moram no Brasil e o principal deles, Bolsonaro, precisam ser responsabilizados.


Não basta prender os “patriotários”, muitos dos quais com prováveis distúrbios mentais e ideação suicida, os quais não querem se suicidar sozinhos, é preciso atacar as raízes do problema, sob pena do avanço fascista, caminhando para uma guerra civil e um novo golpe, afinal esse é um processo que vem sendo construído e avançando, é preciso dar um basta.


*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ