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Viúvas(os) da extrema direita

No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, aborda a derrota da extrema direita no Brasil nas últimas eleições com a concretização de ampla frente envolvendo diversos setores da sociedade.

A derrota da extrema direita no Brasil se concretizou a partir de uma ampla frente envolvendo diversos setores da sociedade, o país caminhava para aprofundar o abismo, e o fascismo avançava perigosamente. Lula se elege presidente e a defesa de democracia e dos mais necessitados está no centro de sua forma de governar, já visível nas diversas áreas; saímos da barbárie rumo a civilização.  Viúvas(os) do autoritarismo, que contribuíram para a vitória de Bolsonaro não se conformam com o avanço democrático.


Em uma entrevista, dia 21/03/23, Lula, se referindo ao período em que estava preso injustamente por 580 dias, em Curitiba, revelou que as vezes os procuradores entravam lá e perguntavam “está tudo bem?” e ele respondia “só vai estar tudo bem quando eu foder este Moro”. 34 minutos após esta declaração a Juíza Gabriela Hardt (aquela que copiou a decisão do processo do triplex e colou no processo do Sitio de Atibaia e esqueceu de substituir o nome triplex), autorizou uma operação da Polícia Federal contra o Primeiro Comando da Capital.


A operação prendeu suspeitos de planejar assassinatos de autoridades entre as quais Alckimin, Moro e o promotor Lincoln Gakiya, ameaçado desde 2018. A mesma prática da Lava Jato se repete. A juíza retirou o sigilo da decisão que autorizou a operação da Polícia Federal, comprometendo as investigações. Para juristas do Conjur, a justiça federal do Paraná é incompetente para investigar este plano do PCC. 


O presidente Lula, sabendo quem é Moro, diante das evidências, declarou em outra entrevista que achava que isso era uma armação e logo em seguida fez a ressalva “mas eu quero ser cauteloso, eu vou descobrir o que aconteceu.” De fato, a sincronia entre as decisões da juíza e a repercussão na mídia não parece ser obra do acaso, até porque estas investigações existem há muitos anos, mas “coincidentemente” a operação foi deflagrada imediatamente a fala de Lula.


Os viúvos (as) da extrema direita desconsideram as ameaças de morte ao presidente da república, a exemplo da deputada federal Julia Zanatta (PL), que  publicou uma foto em suas redes sociais segurando uma metralhadora e usando uma camiseta com a ilustração de uma mão com quatro dedos baleada com três tiros, incitando o assassinato de Lula (Carta Capital, 19/03/23). Querem desestabilizar o governo, calar Lula e ressuscitar Moro, que se faz de vítima, um homem como bem pontuou o ator Pedro Cardozo “moralmente desqualificado.” Deixem a democracia prosperar!


*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ