Personalidades de Cuba. Fidel Castro parte 4
No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, continua com os relatos sobre as principais personalidades de Cuba.
Cuba conseguiu se libertar da Espanha cujo herói nacional reconhecido e admirado é José Marti. Porém, passou a ser dependente e controlada pelos Estados Unidos, mesmo com a independência formal, em 1902. As ideias de libertação continuaram e se tornaram realidade com a Revolução Cubana, em 1958, tendo à frente o comandante Fidel Castro que implementou a política de resistência e justiça social.
A opressão estadunidense continuou, mas o governo cubano resistiu e segue resistindo até os dias atuais. A guerra não acabou, mas Fidel venceu várias batalhas, enfrentando a maior potência econômica e militar do mundo. Foi vítima de centenas de atentados, derrotou os invasores financiados pelos EUA em 1961, conhecida como a invasão da Bahia de Porcos, e enfrentou um bloqueio econômico criminoso que até hoje causa prejuízos incalculáveis para a população.
Em resposta a opressão fez a reforma agrária, erradicou o analfabetismo, investiu na educação, saúde, segurança. Cuba passou a ter indicadores sociais comparáveis aos países mais ricos e desenvolvidos do mundo, se aproximou da União Soviética-URSS, onde as relações políticas e comerciais, contribuíram para que a Ilha avançasse nas diversas áreas. Havia uma ideia de que a sobrevivência do regime cubano se devia a dependência com a URSS. A política implementada por Fidel mostrou que a avaliação era falsa.
Fidel já previa a desintegração da União Soviética, que ocorreu em 1991, e preparou o país para resistir. Visitei Cuba neste período e quando retornei os amigos e conhecidos me perguntavam quanto tempo Cuba iria resistir, no que pese a situação de extrema dificuldade do povo, inclusive, com alimentação, respondia, Cuba vai resistir. Diziam que quando Fidel saísse do poder, o socialismo não resistiria, resistiu, que quando Fidel morresse, o país retornaria ao capitalismo, não retornou.
Fidel segue admirado pelo povo cubano, mas pediu que não nomeasse ruas, praças, monumentos públicos com seu nome e assim foi aprovada uma Lei na Assembleia Nacional de Cuba, em dezembro de 2016, com esse objetivo, atendendo ao seu pedido. Qual o destino do povo cubano? O futuro dirá. Que trilhe pelos caminhos abertos por muitos pensadores e lutadores, entre eles Fidel, resistindo a opressão e semeando solidariedade e justiça social.
*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ