Onze meses de governo Bolsonaro. Só retrocesso

Onze meses foi tempo suficiente para o governo Bolsonaro pisar e maltratar a população brasileira, em especial, os mais pobres. Das crueldades mais injustas estão as tentativas de entregar as estatais para o capital privado, afetando diretamente áreas como habitação, saúde, educação, infraestrutura, agricultura e alimentação. 


Para se ter ideia, os bancos públicos possuem participação em mais de 80% do mercado do crédito rural e imobiliário. A venda, portanto, causaria prejuízo para milhões de famílias brasileiras, que dependem das iniciativas das estatais para fomentar a inclusão e a igualdade social no país.


Somente a Caixa financia 69% da habitação no país e representou, em 2015, mais de 75% do crédito imobiliário concedido aos brasileiros. Já a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras. Para piorar, a privatização das loterias representa ainda uma perda de 38% dos recursos destinados à educação, cultura, saúde, saneamento e seguridade social. 


Outro dado mostra que o país está muito longe de sair efetivamente da crise. O desemprego continua alto, cerca de 12,8 milhões seguem à espera de uma oportunidade no mercado de trabalho e outras 38,8 milhões de pessoas recorrem à informalidade para sobreviver. Para completar, a aposentadoria está praticamente impossível com as novas regras aprovadas com a reforma da Previdência. Sem falar nos direitos que a Medida Provisória 905 retira dos trabalhadores. Na prática, a MP é uma nova reforma trabalhista.